domingo, 20 de junho de 2010

Pedras



Um dia, os meus caminhos estavam perfeitamente traçados, a minha cabeça assemelhava-se com uma bola de cristal, onde me via, no meu lindo futuro, delineado.


Adormeci em sonhos de esperança e luta.


Acordei e os meus caminhos, outrora traçados, estavam agora cheios de pedras, bifurcações e ruas sem saída. Não me reconheci, ocorreu, na minha cabeça, a mais violenta tempestade alguma vez presenciada por mim, tempestade esta, que destruiu todas as minhas estradas do futuro e me trouxe de novo os velhos e defeituosos desfiladeiros, onde tanto tropecei e caí.


No chão, mais uma vez, devastada, confusa, desorientada, apanhei pedra por pedra, com atenção para que nenhuma ficasse para trás, com a ansia de construir a mais bonita e resistente avenida, para que nenhuma outra tempestade a destruísse de novo. Ficou linda!


Mas terei conseguido apanhar até os mais exíguos grãos de areia? (...)

1 comentário: