segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Recursos estilísticos


Inventei uma história e, a meio, apercebi-me que fazia parte dela.
O rumo que esta tomou desde o "Era uma vez..." foi escolhido pelo vento, escrito pela chuva e seguido por mim até deixar de ver o sol.
A cada dia que passa fica mais dificil ouvir o que o vento grita, fica mais dificil perceber o que a chuva escreve e fica mais dificil caminhar em direcção ao sol!
Fico com um sorriso parvo e com o coração na garganta cada vez que leio as entrelinhas deste intenso capítulo mas fico desulada quando leio as últimas linhas desta página tão grande e pesada.
Agora, ele corre em várias direcções enquanto grita furiosamente o rumo que a história deveria e não está a tomar, ela caí sofridamente enquanto se tenta fazer perceber entre esférulas e o sol, o sol já não tem o mesmo brilho apaixonantemente quente!
Já me perdi na conta das horas para sentir de novo aquela sensação maravilhosa...
Há vezes em que me sinto no corpo de outra, na cabeça de outra com os pés de outra, outra que não eu, uma completamente diferente, nessas vezes dou conta do quanto perdida me encontro, do quanto eu ainda não sei sobre mim, do quanto eu ainda não sei do que sou capaz de fazer, do quanto eu ainda não conheço todos os meus limites!
Neste enredo o "eventualmente" surge no pensamento mas nunca o tempo suficiente para esperar por ele.
O mais inacreditavelmente invulgar é a certeza de que o final desta história, cheia de comparações, ironias e metáforas, é uma merda, acabe ela como acabar pois, esqueci-me, o "...e viveram felizes para sempre!" não existe.
Continua...

2 comentários:

  1. Amei o teu comentário e nem sei que te diga. És simplesmente fantástica e quero-te a meu lado sempre!
    Estou aqui para tudo aquilo que precisares também, tu sabes, my person *

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